segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

VIDA DE VAQUEIRO NORDESTINO





               



















 DURA VIDA DE VAQUEIRO


NORDESTINO É CABOCLO SONHADOR
QUE GOSTA DO SEU TORRÃO
TRABALHA DE SOL A SOL
NAS QUEBRADAS DO SERTÃO


                             ACORDA AO CANTAR DO GALO
                             SE LEVANTA BEM CEDINHO
                             CHAMA A MUIER MARIA
                             PRA FAZER UM CAFEZINHO


O SOL JÁ VEM NASCENDO
NA SUA HORA MATINAL
E O VAQUEIRO SE APRÓXIMA
DA PUTEIRA DO CURRAL


                            VAI ORDENHAR A VACARIA
                            CUMPRINDO SUA OBRIGAÇÃO
                            E ASSIM COMEÇA O DIA
                            DO VAQUEIRO DO GIBÃO


TRAZENDO CONSIGO NA ALMA
A ALEGRIA DA PROFISSÃO
GOSTA DO MATO FECHADO
DE CORRER ATRÁS DE BARBATÃO


                             VIDA DE VAQUEIRO É ASSIM
                             PERIGOSA, DURA E SOFRIDA
                             POREM ELE GOSTA DA LUTA
                             TRAVADA EM SUA TERRA QUERIDA


MARIA ACORDA CEDO E LIGA O RÁDIO
PRA OUVIR A PROGRAMAÇÃO
ELA QUER SABER AS NOTÍCIAS
DE TODA NOSSA REGIÃO


                             SINTONIZA NO FORRÓ E VAQUEJADA
                             A PEDIDO DE CUMPADRE JOÃO
                             NA FM FRATERNIDADE
                             ESSE É O PROGRAMA DE JATÃO.


                   IMAGENS E TEXTO DE :
                                                              JATÃO

VAQUEIRO DESDE CRIANÇA

 


















Sina

Eu venho desde menino
Desde muito pequenino
Cumprindo o belo destino
Que me deu Nosso Senhor

Não nasci pra ser guerreiro
Nem infeliz estrangeiro
Eu num me entrego ao dinheiro
Só ao olhar do meu amor

Carrego nesse meus ombros
O sinal do Redentor
Me tenho nessa parada
Quanto mais feliz eu sou

Eu nasci pra ser vaqueiro
Sou mais feliz brasileiro
Eu num invejo dinheiro
Nem diploma de doutor

Patativa do Assaré

CHOVE NO MEU SERTÃO

AS LÁGRIMAS DA NATUREZA

Um escuro nevoeiro
Formou-se acima da serra
E dele em forma de chuva
A água caiu na terra
Da meia noite em diante
Escutava-se distante
O ribombar do trovão
E sem serem de tristeza
AS LÁGRIMAS DA NATUREZA
BANHARAM A FACE DO CHÃO.

A chuva trouxe alegria
Tem muita gente contente
Reacende a esperança
Na vida da nossa gente
Que com fé no Pai Eterno
Crer que já é o inverno
Começando no sertão
Se for mesmo, é uma riqueza
AS LÁGRIMAS DA NATUREZA
BANHARAM A FACE DO CHÃO.

A terra está molhada
Depois da chuva caída
A vegetação aos poucos
Vai ficando enverdecida
Quando a chuva se aproxima
Nota-se logo no clima
Alguma transformação
Menos calor, mais frieza
AS LÁGRIMAS DA NATUREZA
BANHARAM A FACE DO CHÃO.

Depois da grande estiagem
A chuva é muito bem-vinda
Os campos vão ficar verdes
Com a paisagem mais linda
Estando o clima agradável
Fica o tempo favorável
Pra ser feita a plantação
Por toda essa redondeza
AS LÁGRIMAS DA NATUREZA
BANHARAM A FACE DO CHÃO.

Autor: Zé Bezerra

domingo, 30 de janeiro de 2011

VAMOS LUTAR CONTRA ESSA SITUAÇÃO

Menino de Rua(Guibson Medeiros)

Sou menino de rua
conheço de perto a fome
sei como é viver sem nome
e ter como teto a lua
sentir a pele tão nua
arder ao clarear do dia
se alimentar de esperança
sou apenas uma criança
sem direito a alegria.

Ouvi falar do natal
que a gente ganha presente
eu até fiquei contente
me senti especial
até fui na catedral
pra fazer o meu pedido
mas eu falei tão baixinho
e acho que o bom velhinho
talvez não tenha me ouvido.

Na noite de natal chovia
eu ficava tão sozinho
com saudade do carinho
daquela que me aquecia
a luz que era o meu guia
tão distante do meu ser
hoje não posso mas vê-la
e o brilho daquela estrela
eu acredito que é você.

A minha cama é o chão
o meu cobertor é a lua
o meu travesseiro é a mão
e a minha casa é a rua.


      NOTA DO BLOG: AMIGOS LEITORES, ÊIS AI UMA COISA QUE DEVEMOS NOS PREOCUPAR, É UM VERDADEIRO DESCASO COM AS NOSSAS CRIANÇAS QUE VIVEM NAS RUAS, E OS GONVERNANTES FAZEM VISTA GROSSA. VAMOS COBRAR PROVIDÊNCIAS DAS AUTORIDADES DE TODO PAÍS. 
                                                                               JATÃO
                                                              

REI DO XOTE E DO XAXADO (VELHO LULA)



O REI DO BAIÃO




NORDESTINO COMO NÓS







O eterno Rei do Baião

Dalinha Catunda*
Já faz mais de vinte anos
Que o velho Lua morreu.
Da vida dos nordestinos
Nunca desapareceu.
Pois em cada canção
Cantou com o coração
O mundo que ele viveu.
.
E o Rei do Baião vive
Na boca de sua gente.
Tudo que ele gravou
Canta-se no presente.
Foi a voz do retirante,
Dos que estavam distante,
Foi o canto do ausente!
.
Luiz Gonzaga cantou,
Os costumes do sertão
Cantou beatas e santos,
Padre Cícero Romão,
Cantou o povo sua fé
O Santo de Canindé,
Cantou até oração.
.
Cantou também paro o papa
Cantou o cruel Lampião,
Lendas de cangaceiros
Que habitavam o sertão.
Cantou a mulher rendeira
E Sá Marica parteira
Costumes e tradição.
.
Cantou do vate Catulo,
Que no nome tem Paixão,
E digo com toda certeza
Que encantou seu torrão,
Com a mais bela cantiga
Que amor a terra instiga
Chamada Luar do Sertão.
.
Lua mostrou ao Brasil
Nossa nação nordestina.
Falou de chuva e de seca
Contando a nossa sina.
Cantou tristeza e alegria
Dum povo que contagia
Pois a ser forte ensina.
.
Cantou a fauna e a flora.
Do nosso seco sertão.
Mostrou o mundo inteiro
O amor pelo seu chão.
Asa branca contagiou,
E o povo todo cantou,
Este hino ao Sertão.
.
O querido rei caboclo.
Aclamado rei do baião.
Viverá eternamente
Em nossa recordação.
E será eternizado
Pois sempre será lembrado
Por toda nossa nação.
.
Quando o fole da sanfona,
Gemer em qualquer lugar.
E um forró pé-de-serra
O sanfoneiro tocar
Lembrarei de Gonzagão,
O nosso rei do Baião,
Majestade Singular!


* Escritora, poetisa, cordelista e cearense 
                      DALINHA CATUNDA

CHOVE EM NOSSO SERTÃO

SERTÃO VERDE
*
O sabiasal florou,

A jurema enverdeceu,


Com a chuva na caatinga,


O verde reapareceu


A campina verdejante


É deveras deslumbrante


Mostrando seu apogeu.


*

À noite os vagalumes

Brilham na escuridão


O coaxar de sapos


Ecoa na imensidão


Canta sapo, rã e jia,


Demonstrando alegria


De ver chuva no sertão.


*

Na beira do açude

É grande a animação,


A jaçanã e o socó


Estão sempre de plantão.


A garça fica rondando


E o campina voando


Junto com o azulão.


*

Quando a caatinga brota,

Brota o encanto também


O canto do galo bem cedo


Me enleva, me leva além.


A alegria é constante


Na campina verdejante


Onde a chuva só faz bem.

*
Texto e foto de Dalinha Catunda

VOLTANDO COM MAIS RIMAS E REPENTES

Rima e Repente no Sertão Caboclo

O sertão que engrandece
Do vate a inspiração
Todo poeta enaltece
As belezas do sertão.


O caboclo do Nordeste
Da alma expressa o desejo
De ser um "cabra da peste"
Nordestino e sertanejo.


O sertão do boiadeiro
Do vaqueiro aboiador
Do poeta violeiro
Repentista cantador.


Caboclo cheira rapé
Galopa e bebe aguardente
Pra mostrar que o sertão é
Fonte de rima e repente!


Autor: Zé Bezerra

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

NORDESTE DA GENTE.

SERRA DO MARTINS
Nordeste é nosso chão
Nosso lar, nosso ambiente
Um poeta o proclamou
De Nordeste independente
Pra nós é especial
É celeiro cultural
ESSE NORDESTE DA GENTE.


Nordeste que tem cultura
Dinâmica, autêntica e crescente
O seu folclore é riquíssimo
Muito eclético e atraente
Seu potencial profundo
Apresenta para o mundo
ESSE NORDESTE DA GENTE.


Nordeste de Paulo Freire
Educador imponente
Luiz da Câmara Cascudo
Da cultura esteve à frente
Gonzagão e Patativa
Descreveram de alma viva
ESSE NORDESTE DA GENTE.


Nordeste do semiárido
Clima temperado e quente
Da seca que atormenta
Mas também ocorre enchente
Que ao povo tem castigado
É pobre, mas é amado
ESSE NORDESTE DA GENTE.


Nordeste do homem bravo
Cabra da peste, valente
Do pescador, do vaqueiro
Do camponês renitente
De escritores e atores
Que enfeitam de valores
ESSE NORDESTE DA GENTE.


Nordeste sagrado berço
Do cantador de repente
De viola sobre o peito
E poesia na mente
Canta dor e alegria
Desmanchando em cantoria
ESSE NORDESTE DA GENTE.




Autor: Zé Bezerra

HERANÇA DO MEU AVÔ

MEU AVÔ QUANDO MORREU
ME DEIXOU UMA ERANCINHA 
UMA VACA UMA BEZERRA
UMA ÉGUA E UMA PUDRINHA


UM CHIQUEIRO DE BODE
E OUTRO DE GALINHA
UM CERCADO DE MANDIOCA
E DEZ ALQUEIRE DE FARINHA


UMA JUMENTA PRA EU ANDAR    
NA FEIRA DE UMARIZAL
E UM PAR DE CAÇUAR
MODE EU BOTAR NO LOMBO DO ANIMAL


CHAPÉU DE COURO E PERNEIRA
CHICOTE, MASCÁRA E GIBÃO
SELA FEITA DE COURO CRÚ
E UM CAVALO BOM DE MOURÃO


HOUVE UM GRANDE DESMANTELO
PERDI TUDO QUE TINHA
ADOECEU A MINHA VACA
E MORREU A BEZERRINHA


A ONÇA PEGOU OS BODES
A RAPOSA AS GALINHA
O PEBA DEU NA MANDIOCA 
E O MOFO NA FARINHA


VENDI A MINHA ÉGUA 
E FOI JUNTO A PUDRINHA
A JUMENTA ADOEÇEU
E FICOU MUINTO MAGRINHA


MEU CAVALO BOM DE BOI
UMA COBRA LHE PEGOU
MEU CHAPEL DE COURO E GIBÃO
DE TÃO VELHO SE ESTRAGOU


MAIS EU VOU VIVENDO AQUI
NESTA TRISTE SOLIDÃO
NÃO ARREDO O PÉ SEU MOÇO
DESSE NOSSO BOM SERTÃO
OUVINDO DE MADRUGADA
O PROGRAMA DE JATÃO.


         TEXTO E IMAGEM DE: ( JATÃO )



PRECONCEITO CONTRA O NORDESTINO!


O nordestino é como o mandacaru, encara os espinhos, traz no verde a esperança e no vermelho a paixão pela sua terra.
PRECONCEITO CONTRA O NORDESTINO




*


Se o nordestino sai

De sua terra natal,
Sai por necessidade
Pois não é seu ideal
Se não fosse a precisão
Não deixaria seu chão,
Seu berço, seu natural.
*
Segue pra cidade grande
Levando muita saudade.
E também deixa chorando
Quem lhe ama de verdade
Porém na terra estranha
Enfrenta a cruel sanha,
Chamada perversidade.
*
É o preconceito doente,
De uma gangue de racistas.
Uma turma de dementes,
Alienados paulistas.
Que pregam a violência
Não conhecem a decência
Não passam de anarquistas.
*
Ir contra o nordestino
É não ter discernimento.
Trabalhador de valor,
Que pôs a mão no cimento
E foi firme no embalo
Para construir São Paulo
Com coragem e talento.
*
Foi candango em Brasília,
Ajudou na construção.
E no Rio de Janeiro,
Teve a mesma ocupação.
Apenas não foi doutor
Mas cidadão construtor,
Que ergueu esta nação.
*
O homem nordestino
Na verdade é aguerrido
Reconstrói seu destino,
Se ele for destruído.
E nascer lá no Nordeste,
É ser forte, enfrentar peste
É ser cabra destemido!
*
Ao falar do Nordestino
Acho bom lavar a boca.
Quem só conversa asneira
Tem que ser conversa pouca.
E sendo um neonazista,
Ou tolo separatista,
Deixe de atitude tosca.
*
Texto e imagem deDalinha Catunda
Visite:
http://www.cordeldesaia.blogspot.com/