terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Estudante que ofendeu nordestinos é processada por racismo


A estudante de Direito Mayara Petruso, que no ano passado defendeu o assassinato de nordestinos na rede social Twitter, agora é ré em um processo criminal por racismo. A Justiça Federal em São Paulo aceitou a denúncia do Ministério Público Federal pedindo a abertura da ação, com base em mensagens postadas na internet e no depoimento da própria estudante.

Em novembro do ano passado, quando as pesquisas de boca de urna anunciaram a vitória de Dilma Rousseff na eleição para a Presidência da República, Mayara postou a seguinte mensagem em sua página no Twitter: “Nordestisto (sic) não é gente. Faça um favor a São Paulo: mate um nordestino afogado!”.

A pena para o crime de racismo vai de três meses a um ano de prisão mais multa. Como o crime foi cometido por meio de um veículo de comunicação, pode ser elevada para até cinco anos de cadeia.

A ação contra Mayara resultou da manifestação feita na época por várias pessoas e entidades de classe, entre elas a OAB de Pernambuco. No dia 5 de novembro de 2010, a seccional da Ordem apresentou uma notícia-crime contra Mayara ao Ministério Público de São Paulo. O presidente da OAB-PE, Henrique Mariano, afirmou que devido ao fato de todos os elementos comprovarem a prática de crime pela internauta, a entidade tomou a iniciativa de promover a ação penal".

Para o presidente da OAB-PE, a estudante praticou, ao mesmo tempo, os crimes de racismo e de incitação pública à pratica delituosa. Ele citou como exemplo outra recente manifestação de uma usuária do Twitter, também de cunho racista, após a realização do jogo Ceará x Flamengo, quando o time cearense saiu vencedor. "Isso não pode crescer. Enquanto não houver uma punição exemplar, esses crimes continuarão sendo cometidos", afirmou.

*Com reportagem de Renata Baptista, iG Pernambuco / Umarizal News
 

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