terça-feira, 6 de março de 2012

Espaço Educação e Cultura com Sergio Rubens: "Santo de casa não faz milagre"


“Santo de casa não faz milagre”
Nessa semana que se passou faleceu um grande nome da cultura popular de Umarizal, Raimundo Praxedes, foi notícia em todos os blogs da cidade, diversas homenagens foram feitas e realmente ele é digno delas, devido ao tamanho trabalho cultural que fez neste município.
O que venho aqui indagar é onde está o valor que deveria ser dados aos inúmeros artistas e pessoas que promovem a cultura popular em nossa cidade? Quando se está vivo e trabalhando pouco se valoriza e pouco se respeita o trabalho do artista, depois que um deles vem a falecer todo mundo aparece para fazer homenagens como se todos sempre tivessem dado o devido respeito e respaldo que mereciam. Não que Raimundo Praxedes e tantos outros que faleceram, como o Poeta João Menezes e o professor Chiquito Praxedes, por exemplo, não tivessem o reconhecimento de ninguém, mas com certeza não tiveram esse reconhecimento da forma e da intensidade que mereciam. Não me refiro somente ao poder público que pouco investe e pouco incentiva essas atividades culturais, mas sim, ao apoio moral, social e humano que a sociedade de Umarizal deve para estes e outros tantos artistas daqui.

Temos em nossa cidade uma quantidade incrível de artistas, poetas, músicos, cantores, compositores, dançarinos, atores, palhaços, pintores, artesãos, costureiras, enfim... Uma diversidade invejável de artistas que por diversas vezes sofrem preconceito da nossa sociedade por realizar um trabalho artístico. Muitas vezes até chamados de “desocupados e vagabundos”.

Levando em conta de que arte é toda forma de manifestação estética e comunicativa, realizada a partir da percepção e das idéias, posso dizer que quem realiza qualquer atividade artística não pode ser jamais chamado desses adjetivos, afinal para se fazer arte é preciso antes de qualquer coisa, muito trabalho e se é um trabalho ele é antes de tudo digno de respeito do próximo e necessita de amor próprio para fazê-lo.

O falecimento de mais um artista da nossa terra me leva a crer que ainda estamos muito longe do entendimento do que seja realmente a arte, e acima de tudo do que seja trabalhar com ela em um lugar onde a maioria dos moradores prefere o que vem de fora, ao invés de dar valor o que é daqui, mas não é de hoje que “santo de casa não faz milagre”.

Acompanha aqui no blog toda terça-feira a coluna - Espaço Educação e Cultura com Sergio Rubens.
Fonte: uzlemfotos.blogspot,com

2 comentários:

  1. Se farinha fosse Americana e mandioca importada banquete de bacana era farinhada.

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  2. Realmente é isso mesmo que acontece, o exemplo de João "Menês" é exemplar, quando vivo as pessoas o tratavam com desdém, nunca "teve" o reconhecimento devido de um poeta popular, isso é muito triste. Aos poucos a coisa parece estar mudando, quem sabe as próximas gerações comecem hoje mesmo a fazer um futuro deferente pra esses verdadeiros heróis da cultura popular.

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