terça-feira, 10 de setembro de 2013

O que se encontra na feira...

 

Deusa santa inspiradora
Faça-se em mim hospedeira.
Para que eu possa abordar
Uma Historia verdadeira.
Contando o que a gente pode
Encontrar em uma feira!

Na barraca e na esteira
Em cima ou em baixo da banca.
Entre secos e molhados
Tem feijão de corda e arranca,
Fava, milho, mandioca,
Faca, facão e chibanca...

Picareta e alavanca,
Enxadecos e enxada.
Ração pra burro e pra pinto,
Vaca leiteira e apartada...
Chicote de couro cru,
Curtido e sola sovada...

Bolo fofo e garrafada,
Café, chá de erva cidreira.
Batata de purga, enxofre,
Banquinho, espreguiçadeira.
Tamborete e arupemba,
Tudo isso tem na feira!

Caçarola e frigideira,
Panela e alguidar de barro.
Chá de batata de purga
Que é bom pra tirar catarro
Do peito do viciado
No cachimbo ou no cigarro!

Roda de pau para carro
De mão daquelas antigas.
Também tem casa das primas
Onde tem algumas brigas.
Dos fregueses que disputam
O amor das “raparigas”

Tem remédio pro cansado,
Garrafada pra lombriga.
Pomada de padim ciço,
Cura de um câncer a fadiga.
E todo tipo de chá
Pra curar dor de barriga!

Lá tem carranca e tem figa,
Tem bule e tem caçarola.
Pedra de amolar foice,
Machado e o que mais se amola...
Sela, cangalha, rabicho,
Cia, cião, rabichola...

Na feira tu vai achar
Banha de cágado e teiú.
Casca de tudo que é pau,
Raiz até de chuchu.
Manzape e tapioca,
Cajá, cajarana, umbu...

Tem banca em todo recanto
Tem quem recita e quem canta,
Um que fala outro que grita,
Leve a rede e ganhe a manta
E um cabaré “chei” de quenga
Todas com cara de santa!

Bijuteria que encanta,
Bota chapéu e perneira,
Pato galinha e guiné,
Facão e faca peixeira.
Não tem no super mercado?
Com certeza tem na feira!

Tem guisado de acém
Fígado de porco e buchada.
Sarapatel, mocotó,
Galinha e vaca atolada.
Na feira se come e bebe
E o preço é bem camarada!

Tem alcachofra e melão
Tamarindo e cajarana.
Fumo do bom e de rolo,
Refresco e caldo de cana.
E em cada esquina se encontra
Uma banca de banana!

Tem grito em toda esquina
De feirante e vendilhão.
Tem bainha para foice,
Moinho e mão de pilão.
Conhecidos indo e vindo
E muito aperto de mão!

Tem cartucho e munição,
Para a espingarda de soca.
Sem mira e com o cano torto
Pra pegar mocó na loca!
Linha nylon pra tarrafa,
Bóia de rolha e taboca.

Dez tapias e uma maloca
No jogo do cinturão.
Prometem ganhar dinheiro
Que vai de zero a um milhão.
E o matuto se lasca
Perdendo até o calção!

E entre bancas e calçada
Vai a feira desfilar.
Uns pra encontrar amigos
Outros que vão para comprar,
Seja o que for fazer
Na feira é um bom lugar!

FRAGUIMENTOS DO CORDEL DE:
Damião Metamorfose.

Nenhum comentário:

Postar um comentário