segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

PORQUE NÃO EM TODO NORDESTE??

Miragem no sertão

(Foto: Ernesto de Souza/Ed. Globo)
Sob sol escaldante e pouca água, agricultores nordestinos produzem frutas de alta qualidade com o gotejamento. Por Sebastião Nascimento 
agricultura_frutas_sertao (Foto: Ernesto de Souza/Ed. Globo) 
A temperatura estava próxima a 37 graus célsius e o solo estalava de seco na frenética Mossoró, cidade localizada na região oeste do Rio Grande do Norte, a 285 quilômetros de Natal. Em 2012 e 2013, a chuva veio em gotas e a seca é das mais abrasivas dos últimos 50 anos. O gado morria de sede, enquanto carneiros e cabras, mais resistentes, se alimentavam dos arbustos torrados pelo sol nordestino.
agricultura_frutas_sertao (Foto: Ernesto de Souza/Ed. Globo) 
Cortada pela BR-304, que liga Mossoró a Fortaleza, no vizinho Ceará, é nessa região semiárida, considerada adversa ao desenvolvimento de lavouras, que tecnologias avançadas permitem que frutas como melão, melancia, goiaba, maracujá, banana e mamão cresçam viçosas e doces e ganhem a rubrica “tipo exportação” na embalagem. Além disso, a produção é em escala e durante os 12 meses do ano. Da estrada, repleta de caminhões transportando frutas, podem ser avistados os mantos verdes das plantações circundados pela terra arenosa em Tibau (RN) – o mar está próximo dali. Parece miragem. A maior parte dos frutos é exportada para os exigentes mercados da Europa, principalmente, dos EUA e Oriente Médio. Neste ano, a cobiçada China começou a importar e tornou real um sonho antigo dos fruticultores. agricultura_frutas_sertao (Foto: Ernesto de Souza/Ed. Globo)
A tecnologia que permite o “milagre” de se colher frutos nobres é a irrigação por gotejamento. Sem ela, seria impossível aos agricultores vencerem as condições climáticas, agravadas agora pela estiagem prolongada. Também são decisivos o trabalho sol a sol do sertanejo e a assistência de órgãos como Sebrae-RN, Universidade Federal do Semiárido e prefeitura municipal. Para se ter ideia, somente com exportações de melões, carro-chefe dos negócios, o Rio Grande do Norte faturou US$ 54 milhões em 2012, para uma receita nacional de US$ 134,1 milhões.
http://revistagloborural.globo.com

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