quinta-feira, 23 de julho de 2015

CULINÁRIA E FORRÓ DO MEU SERTÃO




Compadre preste atenção
No que agora vou falar
É de uma coisa boa
Sei que vai gostar
Culinária do meu sertão
E arrasta-pé no salão
Desses dois vou versejar

Peço a meu Padim Ciço
Que ilumine o pensamento
Deste poeta nordestino
Pra falar nesse momento
De xote, xaxado e baião
Buchada, rapadura e pirão
Que de sertanejo é intento

No terreiro danço forró
No fogão faço o pirão
Terreiro de barro batido
De lenha é meu fogão
Por isso sou nordestino
Vivo aqui desde menino
E amo essa tradição

Como buchada de bode
Rapadura com farinha
Tripa de porco assada
Farofa de rolinha
Pirão de corredor
De caldo sou bebedor
Quando é feito de galinha

Logo de madrugada
Tomo meu café
Quente e bem forte
Amargo que nem rapé
Como cuscuz de milho
Broa, panqueca e sequilho
Não sobra pra quem quer

Feijão com tocim dentro
Bucho, tripa e chambão
Como no almoço
Sentado ali mesmo no chão
Tomo água numa caneca
E tiro uma soneca
Logo depois da refeição

Falei de comer bom
Vou falar agora de forró
Bom e arrochado
Daqui até Mossoró
É mijador com mijador
Dançando no calor
Até levantar o pó

Xote , xaxado e baião
É dança nordestina
Onde o cabra arrocha
Na cintura da menina
Até o sol clarear
E o sanfoneiro parar
Quando apaga a lamparina

O forró pé de serra
Tocado por Gonzagão
Era uma verdadeira história
Falando do meu sertão
Pé de serra também é bom
Sanfoneiro puxa o tom
Desde o tempo de Lampião

Forró só era bom
No alpendre da fazenda
A luz era um candeeiro
Só tinha cachaça a venda
Caboclo bem arrumado
Mesmo todo encabulado
Chamava pra dançar sua prenda

Esse é meu Nordeste
Terra do meu coração
De comida simples e boa
E de grandes forrozão
Por isso vivo aqui
E não penso em sair
Só se for num caixão
Mais ainda vou gritar
“Epa pode esperar
Ninguém vai me levar
Sem eu dar permissão
Eu me chamo Jatão
Gosto do meu torrão
E aqui quero ficar” 


Jatão Vaqueiro

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