segunda-feira, 20 de julho de 2015

MAIS UM DE DALINHA CATUNDA

SAUDOSO SERTÃO
Certa vez um boiadeiro
Em dia de desalento
Pegou a sua viola
Presenciei o momento
Falou das suas andanças
E evocou as lembranças
No mais penoso lamento
*
Do seu peito sertanejo
Saiu um canto chorado
Mais parecia um aboio
Aquele canto rasgado
Uma cantiga dolente
Que na viola plangente
Virava um triste recado.
*
Meu amigo lhe conheço
Seu nome é desilusão
Já correu pelas campinas
Montado em seu alazão
Mas hoje o que lhe consola
É dedilhar na viola
A sua lamentação.
*
A dor que bate em seu peito
Também reflete no meu
Pois vejo o sertão ardendo
A flora o fogo lambeu
E sem ter preservação
Vira deserto o sertão
Que a natureza nos deu.
Versos de Dalinha
Ilustração Cayman Moreira

Nenhum comentário:

Postar um comentário