quarta-feira, 8 de junho de 2016

CORDEL

"O MEU PASSADO"
Minha vida parou quando eu parei 
No batente da casa abandonada 
Onde um dia já foi minha morada 
Senti tanta saudades que chorei 
Quando vi o terreiro em que brinquei 
E o alpendre onde eu ficava sentado 
Uma mão segurando um peixe assado 
E noutra mão a tigela de polenta 
Cada cena passando em câmera lenta 
Na reprise do filme "O MEU PASSADO".

Me lembrei do chiqueiro de galinha 
Do boi manso e o cachorro trigueiro
Do moinho, pilão e candeeiro 
E da cuia de pai medir farinha 
De um girau no terreiro da cozinha 
Fogo a lenha e telhado fumaçado
Um bule de café bem requentado 
E um papeiro com leite de jumenta
Cada cena passando em câmera lenta 
Na reprise do filme "O MEU PASSADO".
Nordeste Encantado

Quando passo na velha morada
E ali vejo o velho curral
Todo feito de pedra e pau
Caindo não segura mais nada
Lembro-me da vaca malhada
Que dava um balde de leite cuado
Do velho burro que vivia piado
A minha saudade só aumenta
Cada cena passando em câmera lenta 
Na reprise do filme "O MEU PASSADO".

Num banco de pau de aroeira
Com meu avô sempre eu ficava
Ouvindo o que ele falava
Depois que ele chegava da feira
As vezes as tardes inteira
O assunto era sempre variado
De pescaria a criação de gado
O vei chega suava a venta
Cada cena passando em câmera lenta 
Na reprise do filme "O MEU PASSADO".

Assim sempre foi a vida de Jatão
Que ama a vida do nordestino
Vivo aqui nessa terra desde menino
Tomando banho de cacimbão
No rio pegando peixe com a mão
E comendo com farinha assado
Corro em cavalo bem arreado
Dentro da mata cinzenta
Cada cena passando em câmera lenta 
Na reprise do filme "O MEU PASSADO".
Jatão Vaqueiro

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