terça-feira, 28 de junho de 2016

FALANDO DE JATÃO

UM CORDEL DESTE POETA FALANDO DE SUA VIDA E DO AFASTAMENTO DA RÁDIO PARA CONCORRER A UM CARGO ELETIVO 

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Até aqui no dia 29 de junho de 2016, viajamos juntos na voz da locução deste que vos fala JATÃO, passando por vilas e cidades, cachoeiras e rios, bosques e florestas, sítios e fazendas…
Não faltaram grandes obstáculos nesses 08 anos de radiodifusão na Fm Fraternidade. Frequentes foram as cercas, os abismos, as subidas e descidas foram realidade sempre presente em nossa caminha matinal com o Programa Forró e Vaquejada.
Juntos, percorremos retas, nos apoiamos nas curvas, descobrimos cidades, novos sítios, bairros antes desconhecidos e residencias de cada um de meus ouvintes que tive o prazer de chegar todos os dias antes do sol nascer.
Mais chegou o momento de me afastar da emissora, claro que por tempo determinado, ou seja, logo logo estarei de volta no dia 03 de outubro. Mais é um afastamento e está me doendo, pelo fato de está acostumado a todos os dias entrar na casa dos meus amigos e amigas do campo e da cidade. Aqui trocamos ideias, tivemos experiências compartilhadas para que conseguíssemos a alegria de chegar ao destino projetado, que era um programa feito para o povo, que falasse de povo.
A nossa saudade será compensada pela esperança de saber que dentro em breve teremos um reencontro.
O meu agradecimento àqueles que, mesmo de longe no outro lado do rádio, estão sempre presentes em minha vida e na vida de minha família e nos apoiaram nos bons e nos maus momentos dividindo conosco os méritos de minhas conquista, porque ela também pertence a todos vocês. Uma despedida é necessária antes de podermos nos encontrar outra vez. Que nossas despedidas sejam um eterno reencontro.

UM CORDEL VERDADEIRO
Hoje vou falar um pouco
Da vida de um cidadão
Que você só conhece
Pela voz da locução
Ele vive no Nordeste
Esse cabra da peste
Que ama seu torrão

Não sei como vou fazer
Pra falar algo de mim
Vou puxar pela caixola
Lembrar Tim-Tim por Tim-Tim
Pois só falo a verdade
Não gosto de falsidade
Pode acreditar padim!!

Ao Divino Espirito Santo
Eu invoco com devoção
Para que eu possa falar
O que vier ao coração
Com meu padim ciço
Fecho agora compromisso
Pedindo a ele inspiração

Sou neto de agricultor
E de comprador de algodão
Que viveram nessas terras
Desde o tempo de Gavião
Eu fui nascido e criado
Nesse sertão esturricado
Por isso adoro esse chão

João Florêncio era meu avô
Casimiro Xavier também
Muito conhecidos nesse lugar
Por quem vai e quem vem
Um era agricultor
Outro de couro comprador
Para ganhar o vintém

Dona Lica Fernandes
Era minha avó materna
Dona Lucinda Figueira
Minha avó paterna
Todos já nos deixaram
Saudades aqui ficaram
Restando lembranças eterna

Meu pai é João Bosco
Que concertava televisão
Rádio de pilha e radiola
Essa era sua profissão
Com Francinete casado
Tendo três filhos gerado
Desta singela união

Sou casado com Josineide
Filha de seu Sebastião
Sebastião de Aristóteles
Marchante da antiga Gavião
Com dona Maria casado
Vendia carne no mercado
Aos feirantes da região

Tenho dois filhos lindos
Por nós bem criados
João Victor e Helena Lúcia
Os dois muito amados
Amar, obedecer e respeitar
Ter fé, humildade e orar
Sempre foram ensinados

Sou católico praticante
Do terço dos homens e ECC
Rezo a Nossa Senhora
Que por mim venha interceder
Ao Sagrado Coração de Jesus
Pedindo força e lúz
Para que possa me fortalecer

Da cultura sou amante
Gosto do meu Nordeste
Das nossas tradições
Sou um cabra da peste
Forró, cantoria e vaquejada
Corrida de agorinha e cavalgada
Gosto e ninguém conteste

É mais ou menos isso
Que lhes tenho a falar
Deste poeta nordestino
Que gosta de versejar
O meu nome é Jatão
Nascido nesse sertão
Aqui gosto de morar
Faço daqui morada
Na seca ou na invernada
Daqui ninguém vai me tirar

Se um dia eu me for
Saudades levarei
Do povo de Umarizal
Que tanto acordei
Na madrugada fria
Antes de amanhecer o dia
Dizendo "Bom dia cheguei"
Mais não chegou a hora
Não posso ir agora
"Morte pise ai no frei"

Da rádio vou me afastar
Cumprindo determinação
Por ser um pré candidato
Nessa próxima eleição
Sendo da vontade Dívina
Tendo isso como uma sina
Coloco meu nome a disposição
O povo é quem vai saber
Se eu vou mesmo merecer
Me eleger ou não

Tenho esse projeto de vida
Para que possa me fortalecer
Na luta por um povo
Que sofre sem merecer
Sem saúde, educação, cultura
Esporte, e agricultura
Sem ter a quem recorrer
Honro as calças que visto
E é pensando nisto
Que ao povo vou defender

Estou muito ocupado
Tenho muito o que fazer
Não tenho tempo agora
De esticar as pernas e morrer
Tem muita cavalgada
Cantoria e vaquejada
Que ainda quero ver
Se a morte teimar e vier
Dou 4 pulo e um ponta pé
Correndo pra me esconder
Pois ainda tem uma eleição
Que vai participar Jatão
Sem ter aceitado se vender
A saudade é matadeira
No peito queima como fogueira
Mais do meu ouvinte não vou esquecer

UM ABRAÇO CORDIAL A TODOS!

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