quarta-feira, 20 de julho de 2016

CORDEL DE JATÃO

AGRICULTOR NORDESTINO
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Os agricultores Umarizalenses não estão tendo a mínima atenção dos governantes do nosso município a várias gestões. Agricultor não precisa de esmolas de gestor nenhum e sim de ação governamental. Após as boas chuvas caídas em nosso município, os poucos agricultores que realizaram algum plantio, cortaram suas terras com campinadeiras ou pagando do seu próprio bolço o corte com os tratores.

Falo ainda, das estradas vicinais, que por cada agricultor hoje é uma realidade enfrentada do descaso dos buracos sem fim, passagens molhadas danificadas, velhas ou até mesmo sem fazer, que impedem o transporte do agricultor rural e até mesmo das crianças e jovens que precisam estudar.
Alegro-me nessa hora
Pode apostar meu senhor
Pois vou falar da vida
De um trabalhador
Peço a nossa senhora
Inspiração nessa hora
Pra falar do agricultor
Homem simples do sertão
Que com inchada na mão
Dispensa diploma de doutor

Precisamos de arquiteto
Médico, juiz e advogado
Dentista, engenheiro
Todos eles bem formado
Ao menos na vida uma vez
Duas, ou até mais de três
Se o caso for complicado
Mais já do agricultor
Sejamos reconhecedor
Precisamos até no feriado

De noite ou de dia
Na seca ou invernada
Para o agricultor
Não tem data marcada
Ele planta o feijão
Que vai ser a refeição
Na mesa do povo botada
Se o cabra for doutor
Juiz de direito ou promotor
Precisa da roça plantada

Três vezes por dia
Precisamos do agricultor
Café , almoço e janta
Vem do roçado desse senhor
Com calos aberto na mão
E pés descalços no chão
Do campo é um lavrador
Vivendo da agricultura
Pode não ter cultura
Mais na roça tem valor

Pode não ter na sociedade
Que só dão valor a barão
Nela pequeno agricultor
Não vale mais do que tostão
Mais não é bem assim
Camponês tem valor sim
Aqui quem diz é Jatão
Pode engravatado do poder
Do sertanejo não querer saber
Mais dele precisa do pão

Não falo mal dos doutores
Daqueles que tem cultura
Só peço também respeito
A quem vive da agricultura
Plantando milho e feijão
Botando na mesa o pão
Da família com fartura
Só deixando de plantar
Quando um dia Deus tirar
Descendo ele a sepultura

Nesses dias agora
Prefeitos e vereadores
Andam na casa de todos
Vão até aos agricultores
Prometendo a terra cortar
Assim que o inverno começar
Que vai mandar os tratores
Mais não é isso que acontece
Se você lembra, não esquece
Não houve corte para agricultores

Vou ficando por aqui
Despeço-me meu camarada
Mais quero lembrar a você
Que no sertão faço morada
Sou o radialista Jatão
Um locutor pesadão
De toda madrugada
Defendo sempre o agricultor
Sem diploma de doutor
E não tenho medo de nada


Texto: Jatão Vaqueiro

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