terça-feira, 1 de novembro de 2016

GRANDE POETISA DALINHA CATUNDA

O PROTESTO DA GALINHA
Um dia uma galinha
Com pena do fiofó
Pediu suplicou a Deus
Que dela tivesse dó
Em tom de lamentação
Fez sua reclamação
Com seu cocorococó:
*
Senhor Jesus me socorra
Pois estou numa pior
Meu fiofó é pequeno
Não podia ser menor
Quero ver se lhe comovo
Diminua o meu ovo
Ou me dê um cu maior.
*
Versos de Dalinha Catunda
Foto: Fatos desconhecidos.

CURIOSIDADES

Veneno de uma das cobras mais mortais pode servir de analgésico
A Calliophis bivirgata, conhecida como cobra coral azul, é uma das serpentes mais mortais do mundo. Ela possui um veneno único, que envia um choque intenso ao sistema da vítima, provocando espasmos em todo o corpo por disparar todos os nervos de uma vez. A descoberta do modo de ação da toxina foi descrita pelo pesquisador Bryan Fry, da Universidade de Queenland, na Austrália. Dependendo da quantidade, o veneno pode matar um ser humano, mas, ironicamente, talvez possa ser usado como um poderoso analgésico.

Esse estilo de veneno, único entre as serpentes, é resultado de uma adaptação evolutiva. A coral azul, que habita alguns países do sudeste asiático, é descrita por Fry como a “matadora das matadoras”. Sua dieta preferida inclui outras cobras venenosas, então toda caça é um jogo de vida ou morte.

— Elas são especializadas em caçar outras cobras venenosas, incluindo jovens cobras reais — disse Fry. — Com sua combinação de listras azuis e cabeça e cauda vermelha, a coral azul é sem dúvida uma das espécies mais marcantes de cobras. Ela também tem as maiores glândulas de veneno do mundo, que se estendem por mais de um quarto do comprimento do corpo.

O pesquisador explica que, normalmente, o veneno das cobras demora a agir. Mesmo entre as serpentes mais venenosas, pequenos roedores morrem alguns minutos após a injeção das toxinas. A coral azul possui uma estratégia diferente. Após a mordida, a presa fica viva, mas é paralisada imediatamente. Segundo Fry, a ação da toxina é similar ao de algumas espécies de escorpiões e do molusco marinho Conus.

— Alguns animais fazem com que os nervos da presa fritem, por causa de um choque intenso no sistema nervoso. O Conus paralisa instantaneamente um peixe, tensionando todos os músculos num espasmo. Isso evita que o peixe fuja do caramujo imóvel — explicou Fry. — Agora nós mostramos que existe uma cobra que mata da mesma forma.

Apesar da rápida ação, o veneno não mata imediatamente, diz o pesquisador. Em vez disso, ele liga todos os nervos da ágil presa ao mesmo tempo, resultando num estado de paralisia instantâneo. A toxina age de forma a prevenir que os nervos possam desligar seus canais de sódio, fazendo com que eles fiquem ativos continuamente.

— Esse veneno atinge um tipo de canal de sódio particular que é importante para o tratamento da dor em humanos — disse Fry. — Esta é outra na longa lista de descobertas úteis de venenos que podem beneficiar a saúde humana.

De "Os contos do Policarpo"

DIA DE SÃO NUNCA
Hoje, 01 de novembro, é o DIA DE TODOS OS SANTOS.
Dizem que um sujeito velhaco comprou um garrote fiado a um vizinho sem a menor intenção de pagar. Depois do bicho laçado e já fora do curral, o sujeito montou-se em seu cavalo, tangeu o novilhote e ainda teve a cara de pau de dizer:
- Compadre, este daqui eu só lhe pago dia de SÃO NUNCA.
- Não tem problema, compadre. Pode levar o garrote. - Respondeu o compadre sem se alterar.

Passou-se o tempo.
Quando foi dia de TODOS OS SANTOS o compadre dono do garrote amanheceu o dia na porta do velhaco:
- Vim buscar o dinheiro que você me deve...
- Que dinheiro?
- O dinheiro do garrote. Hoje é Dia de Todos os Santos e São Nunca, com toda certeza, deve estar no meio.
E foi assim que conseguiu arrancar o dinheiro do finório.

VAQUEIRO

TRADIÇÃO QUE VEM DO CICLO DO COURO
O escritor Antônio Bezerra, cearense de Quixeramobim, no livro O Ceará e os Cearenses, publicado em 1906, assim descreve o vaqueiro nordestino:

“Apesar dos pesares o vaqueiro é um tipo que não desaparecerá do Ceará. Vestido airosamente de estreitas perneiras, espécie de calças de couro, guarda-peito, gibão e chapéu, tudo feito da melhor e da mais bem curtida pele de veado capoeiro (cervus rufus), bem pespontado em admiráveis desenhos a linha (...)

Nas juntas, quando nalguma várzea se rodeia o gado, basta que uma rês se desprenda do magote e corra em busca da mata para que se precipite em vertiginosa carreira até emparelhar e, nesse momento inclinando-se o vaqueiro sobre a sela para o lado direito, enrola na mão o extremo da cauda da rês e num rápido empuxão atira-o ao solo, onde é imediatamente presa ou peada.”

Como se vê, tal atividade era desenvolvida no tempo em que as cercas eram raras no sertão e o gado pastava em grandes soltas, sendo necessário um esforço sobre humano para conduzir os rebanhos para os currais.
http://acordacordel.blogspot.com.br/